Pouco depois de João Almeida () tornar público o seu calendário para a temporada de 2026, foi a vez de Tadej Pogacar falar com a imprensa e confirmar que estará novamente presente no Tour de France. No entanto, o esloveno surpreendeu ao admitir que o seu maior desejo para a próxima época não passa, necessariamente, por conquistar a mítica Grande Volta pela quinta vez.

O grande destaque das declarações de Pogacar está no foco cada vez maior nas clássicas de um dia, especialmente nos Monumentos do ciclismo. O líder da UAE Team Emirates confirmou presença nos quatro primeiros Monumentos da temporada, deixando claro que a Volta à Lombardia, tradicionalmente disputada no fim do ano, ficará fora do radar inicial.

“Vou participar da Strade Bianche, Milano-Sanremo, Volta à Flandres, Paris-Roubaix, Liège-Bastogne-Liège, além da Volta à Romandia e do Tour de France. Depois logo se vê, já é muita coisa”, afirmou o esloveno, evidenciando um calendário ambicioso e diversificado.

A declaração mais impactante, porém, veio na comparação direta entre seus objetivos:
“Se eu pudesse escolher entre vencer a Paris-Roubaix ou vencer a Volta à França, preferiria ganhar Roubaix. Já venci o Tour quatro vezes”, destacou Pogacar.

Foco nas clássicas e legado histórico

A preferência pela Paris-Roubaix reforça o desejo de Pogacar em construir um legado mais completo, algo raro para ciclistas que dominam as Grandes Voltas. Conhecida como o “Inferno do Norte”, Roubaix é uma das provas mais duras e prestigiadas do calendário, marcada por longos setores de paralelepípedos e condições extremas — um desafio que poucos vencedores do Tour conseguiram dominar.

Mesmo já tendo triunfado em Monumentos como Liège-Bastogne-Liège e Volta à Lombardia, Pogacar ainda persegue vitórias em provas historicamente dominadas por especialistas em clássicas, como a Milano-Sanremo e, sobretudo, a Paris-Roubaix.

O peso da história no Tour de France

Vale lembrar que, caso volte a vencer a Volta à França, Pogacar entraria para um grupo extremamente seleto de ciclistas com cinco títulos na prova: Eddy Merckx, Bernard Hinault, Miguel Indurain e Jacques Anquetil. Ainda assim, o esloveno parece disposto a abrir mão desse feito imediato em favor de novos desafios.

A postura confirma a imagem de Pogacar como um ciclista versátil, ambicioso e movido por desafios históricos, disposto a sair da zona de conforto para conquistar provas que eternizam carreiras — mesmo que isso signifique deixar, momentaneamente, o Tour de France em segundo plano.