Com provas em todos os continentes e praticamente todas as semanas, o ciclismo de estrada não para! Confira este guia para entender como funciona o circuito internacional da modalidade.
    Não há dúvidas de que o ciclismo de estrada é um dos esportes mais envolventes do programa Olímpico. A cada semana, ciclistas competem mundo afora em uma infinidade de provas, desde aquelas que acontecem no mesmo dia quanto até as que são divididas em etapas. Mas com tantas competições acontecendo, você consegue acompanhar tudo?
    Para ajudar, o Olympics.com preparou um guia especial para explicar como funciona o calendário internacional da modalidade. Assim, da próxima vez que você vibrar pelo português João Almeida, o esloveno Tadej Pogacar ou o dinamarquês Jonas Vingegaard, já saberá o que eles estão conquistando.
    Os eventos são divididos em circuitos de acordo com sua importância para o ranking internacional e tradição dentro da modalidade. Os Grand Tours (Giro d’Italia, Tour de France e Vuelta), evidentemente, constituem uma atração à parte e concedem as maiores honrarias aos ciclistas.
    Mas há outras provas relevantes – sem falar nas competições continentais que promovem o ciclismo de estrada ao redor do mundo. O eritreu Biniam Girmay, por exemplo, começou na UCI Africa Tour até crescer na modalidade e se tornar no primeiro ciclista negro da África a vencer uma etapa no Tour de France – inclusive, foi o vencedor da camisa verde na classificação por pontos na edição de 2024.
    Há também os eventos disputados por seleções nacionais. Neste ano, por exemplo, tem o Mundial de Ciclismo de Estrada que acontecerá em Kigali, Ruanda, entre 21 e 28 de setembro. Outros exemplos são as competições continentais (CC, na sigla inglesa), como o Pan-Americano e o Europeu.
Confira abaixo as principais informações e como é a divisão do calendário internacional do ciclismo de estrada para 2025:

World Tour de ciclismo de estrada

    Reúne a elite do ciclismo de estrada, com os melhores ciclistas, equipes e provas do calendário internacional presentes na competição. O ponto alto, claro, são os três Grand Tours: Giro d’Italia, Tour de France e Volta à Espanha (Vuelta) e suas versões femininas.
    Os eventos são divididos em duas categorias: os torneios em etapas (2.UWT e 2.WWT) e as corridas clássicas de um dia (1.UWT e 1.WTT). Em 2025, a temporada prevê 36 provas em quatro continentes para os homens e 27 em três continentes para as mulheres.
    A disputa é restrita apenas aos times que possuem licença “World Tour”: são 18 equipes masculinas e 15 femininas (o máximo permitido). Os dois melhores times com licença “Pro Team” do ano anterior em cada gênero também podem participar.
    Além disso, nas provas masculinas cada evento pode convidar equipes “Pro Team” ou inscrever uma seleção nacional; nas mulheres, a participação é aberta às equipes (Pro Team e Continental) desde que preencham todos os requisitos de participação.
    A licença é dada pela União Ciclística Internacional (UCI) de acordo com critérios éticos, financeiros, administrativos e organizacionais, além de méritos esportivos. É válida por, no máximo, três temporadas, mas a concessão pode ser dada por dois ou um ano dependendo da avaliação da comissão responsável.

Calendário 2025 do World Tour de ciclismo de estrada masculino

  • Grand Tours (2.UWT): Giro d’Italia, Tour de France e Volta à Espanha
  • Monumentos (1.UWT): Milano-SanRemo (Itália), Ronde van Vlaanderen (Bélgica), Paris-Roubaix (França), Liège-Bastogne-Liège (Bélgica), Il Lombardia (Itália)
  • Nove provas de etapas na Europa (2.UWT): Paris-Nice (França), Tirreno-Adriatico (Itália), Volta à Catalunha (Espanha), Itzulia (Espanha), Tour de Romandie (Suíça), Critérium du Dauphiné (França), Tour de Suisse (Suíça), Tour de Pologne (Polônia) e Renewi Tour (Bélgica),
  • Treze provas de um dia na Europa (1.UWT): Omloop Nieuwsblad (Bélgica), Strade Bianche (Itália), Classic Brugge-De Panne (Bélgica), E3 Saxo Classic (Bélgica), Gent-Wevelgen in Flanders (Bélgica), Dwars door Vlaanderen (Bélgica), Amstel Gold Race (Países Baixos), La Flèche Wallone (Bélgica), Eschborn-Frankfurt (Alemanha), Copenhague Sprint (Dinamarca), Donostia San Sebastian Klasikoa (Espanha), ADAC Cyclassics (Alemanha) e Bretagne Classic (França).
  • Uma prova de etapas na Oceania (2.UWT): Santos Tour Down Under (Austrália)
  • Uma prova de um dia na Oceania (1.UWT): Cadel Evans Great Ocean (Austrália)
  • Duas provas de etapas na Ásia (2.UWT): UAE Tour (Emirados Árabes Unidos) e Tour de Guangxi (República Popular da China)
  • Duas provas de um dia na América do Norte (1.UWT): Grand Prix de Québec e Grand Prix de Montreal (ambas no Canadá)

Calendário 2025 do World Tour de ciclismo de estrada feminino

  • Grand Tours (2.WWT): Giro d’Italia, Tour de France e Volta à Espanha
  • Seis provas de etapas na Europa (2.WWT): Itzulia (Espanha), Volta a Burgos (Espanha), Tour da Bretanha (Grã-Bretanha), Tour de Suisse (Suíça), Tour de Romandie (Suíça) e Simac Ladies Tour (Países Baixos)
  • Treze provas de um dia na Europa (1.WWT): Omloop Nieuwsblad (Bélgica), Strade Bianche (Itália), Troféu Alfredo Binda (Itália), Milano-SanRemo (Itália), Classic Brugge-De Panne (Bélgica), Gent-Wevelgen in Flanders (Bélgica), Ronde van Vlaanderen (Bélgica), Paris-Roubaix (França), Amstel Gold Race (Países Baixos), La Flèche Wallone (Bélgica), Liège-Bastogne-Liège (Bélgica), Copenhague Sprint (Dinamarca) e Classic Lorient Agglomération (França),
  • Uma prova de etapas na Oceania (2.WWT): Santos Tour Down Under (Austrália)
  • Uma prova de um dia na Oceania (1.WWT): Cadel Evans Great Ocean (Austrália)
  • Duas provas de etapas na Ásia (2.WWT): UAE Tour (Emirados Árabes Unidos) e Tour da Ilha Chongming (República Popular da China)
  • Uma prova de um dia na Ásia (1.WWT): Tour de Guangxi (República Popular da China)

Pro Series de ciclismo de estrada

    Este circuito é considerado uma espécie de ‘divisão de acesso’ para a modalidade. Ainda que não tenha as provas mais prestigiadas do calendário, costuma reunir eventos importantes como a Volta ao Algarve, de Portugal, e o Brabantse Pijl, da Bélgica, atraindo alguns dos principais nomes em suas competições.
    Os eventos também são divididos nos torneios em etapas (2.Pro) e as corridas de um dia (1.Pro). Em 2025, a temporada prevê 57 competições diferentes. A grande maioria é disputada na Europa, com 50 no total. Outras seis provas deverão acontecer na Ásia e apenas uma na América do Norte (a Maryland Classic, em 6 de setembro).
    As mulheres ainda não possuem um calendário estruturado no circuito Pro Series. Em 2025, há 15 competições previstas com status 1.Pro ou 2.Pro – apenas uma delas na Oceania (Schwalbe One Day Classic, na Austrália) e as demais no continente europeu.
    Equipes World Tour podem competir no circuito Pro Series de ciclismo de estrada, mas há um limite de 70% de provas na Europa e 65% das provas fora do continente europeu entre os homens (e participação mínima de quatro times entre as mulheres). Equipes continentais e de cyclo-cross que tenham contribuído com o programa antidoping da UCI também podem competir com limitações.
    Dessa forma, a competição é designada para equipes que possuem o registro “Pro Team” da UCI. Ele é solicitado na UCI e concedido também de acordo com critérios éticos, financeiros e administrativos. O processo deve ser feito anualmente e um “Pro Team” deve empregar, ao menos, 20 ciclistas. Em 2025, há 17 equipes “Pro Team” masculinas habilitadas e outras sete equipes femininas.

Circuitos continentais

Por fim, o terceiro nível do calendário internacional masculino de ciclismo de estrada envolve os Circuitos Continentais. Eles foram criados a partir de 2005 como forma de expandir a modalidade ao redor do mundo. É dedicado a atletas em começo de carreira e/ou que participam apenas de competições regionais.
    As competições são distribuídas em cinco grandes circuitos, representando cada um dos continentes na UCI. Não há um número fixo de provas, podendo variar de acordo com a temporada e a região. Confira os cinco circuitos continentais:
  • UCI Africa Tour
  • UCI America Tour
  • UCI Asia Tour
  • UCI Europe Tour
  • UCI Oceania Tour
    Os eventos também são divididos nos torneios em etapas (2.1 ou 2.2) e as corridas de um dia (1.1 ou 1.2). A categoria depende da complexidade e qualidade da prova. Equipes masculinas do World Tour podem competir em, no máximo, 50% das provas 1.1 ou 2.1 na Europa e em outros continentes, enquanto a inscrição de equipes femininas com essa licença não pode passar de sete.
    Equipes masculinas “Pro Team” podem participar, mas há limitações em eventos 1.2 ou 2.2 na Europa (apenas duas equipes com esse registro podem competir simultaneamente). Equipes nacionais do país-sede podem participar livremente, assim como clubes e times regionais podem competir apenas nos eventos 1.2 e 2.2.
    Dessa forma, esse circuito é dirigido às equipes que possuem o registro ‘continental’ na UCI. Trata-se de um processo anual que leva em conta os mesmos critérios do “Pro Team” e deve ter, pelo menos, 10 ciclistas homens e/ou 8 mulheres (se buscar o registro para provas femininas).
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Fonte: https://www.olympics.com/pt/noticias/como-funciona-calendario-internacional-ciclismo-de-estrada