Pódium final ,da CG do Tour de France 2022 -Tadej Pogačar, Jonas Vingegaard e Geraint Thomas (Foto: THOMAS SAMSON AFP via Getty Images) |
Apesar de ser provavelmente o mais completo ciclista do mundo, Van Aert escolheu estar ao lado da equipe, a Jumbo-Visma, e deixar a glória pessoal de lado. Depois de uma tentativa de fuga ao quilômetro zero - que não passou, na verdade, de uma pequena brincadeira, paradigmática do seu jeito de correr - não foi ao sprint final e cortou a meta na traseira do pelotão, abraçado aos outros quatro resistentes de uma equipe que foi fustigada por lesões, doenças, covid-19.
Foto: MANTEY STEPHANE / POOL/EPA |
Sem Wout van Aert interessado a juntar mais uma estrela no seu currículo já impressionante, a contenda seria para disputar entre os verdadeiros sprinters, conjetura que Tadej Pogacar ainda tentou embaralhar com um ataque à entrada da última volta pelo percurso cénico que faz o check aos mais emblemáticos monumentos e pontos turísticos de Paris. Não resultou, mas seguramente haverá belas fotografias do rapaz da UAE Emirates, que aos 23 anos aceitou a inesperada derrota com uma leveza e graciosidade invejáveis para alguém da sua idade.
O ataque, diga-se, não era um sinal de despeito, uma tentativa de algo, um golpe de teatro. Pogacar há muito que sabe que este Tour não seria seu, que Vingegaard era o mais forte, mas não podia deixar de ser um pouco Pogacar neste último dia: sempre pronto para o ataque, para abanar, para dar show. E que melhor sítio que não os Campos Elísios, as ruas de Paris. Numa entrevista à AFP, Christian Prudhomme, o homem que dirige o Tour, diz que estamos perante uma “forma de correr completamente nova”, menos cínica, mais virada para o espetáculo, para a emoção, para o adepto do ciclismo. É aproveitar enquanto existe.
O ataque de Pogacar foi curtinho, mas terá dado cabo de algumas estratégias das equipes do pelotão que queriam ver os seus homens rápidos mais à frente. Como sempre, as chegadas nos Campos Elísios são caóticas e nos últimos metros formou-se um pequeno grupo de onde saiu o vencedor: o belga Jasper Philipsen (Alpecin), que tinha uma etapa no bolso e fica agora com a estrela ao peito da vitória em Paris. O belga bateu Dylan Groenewegen e Alexander Kristoff na linha de chegada. O Tour, esse, regressa no próximo ano. De preferência tão espetacular quanto este foi.
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