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A ampliação de ciclovias e o crescimento do número de brasileiros que adotaram a bicicleta como meio de transporte foi o grande incentivo para que o professor e escritor Alex Gomes, de 38 anos, começasse uma empreitada, concretizada com o lançamento do Guia do Ciclista Urbano (Editora Stortecci, 2017, 77 p.). Após anos participando de projetos de mobilidade urbana e grupos de ciclistas e cicloativistas, Gomes percebeu uma carência: os novos usuários desconheciam uma série de técnicas que facilitam o traslado sobre duas rodas na cidade e que estimularam a adoção definitiva da bicicleta por usuários mais experientes.
“O Guia é lançado nesse sentido, sistematizando o conhecimento de pessoas que estão habituadas a pedalar em grandes cidades e descobriram algumas formas de melhorar essa rotina”, conta. O escritor ressalta que as ciclovias foram importantes avanços, mas que não acredita que foram suficientes ainda para mudar a mentalidade dos motoristas. “Apesar dos problemas que as ciclovias têm, como conservação e pintura, é infinitamente melhor e mais seguro circular por elas. Converso com vários amigos meus, que acreditam que o trânsito melhorou, mas eu questiono: será que são os motoristas que estão mais amistosos ou os ciclistas que estão em melhores condições de sobrevivência?”
São essas técnicas e espertezas para pedalar com mais segurança e tranquilidade que justificaram a criação do Guia do Ciclista Urbano. Ao divulgá-las, a obra pretende, ao longo de cerca de oitenta páginas, completadas com tutoriais e ilustrações, estimular mais pessoas a se aventurarem sob duas rodas.
“Eu sempre quis fazer um trabalho voltado para os iniciantes e agora foi possível colocar de pé o projeto”, concluiu o escritor. A partir de muitas das sugestões presentes no livro, Alex Gomes resumiu cinco dicas essenciais para os novatos no ciclismo:
1 – Invista na bicicleta ideal
“Vamos supor que a pessoa pegue a bicicleta apenas para deslocamentos locais, ela pode apostar em uma dobrável, para usar intermodalidades, pegando um ônibus ou um metrô, por exemplo. Se ela vai usar para viagens mais longas, é boa uma mountain bike, que serve também para a cidade, mas permite usar em terrenos irregulares. Se o uso é principalmente para lazer, pode-se optar uma bicicleta urbana, que é um pouco mais vertical. Ela deve escolher também considerando as suas próprias condições físicas, anatômicas. Altura, peso. Se tem algum problema de mobilidade, é preferível uma bicicleta com mais marchas, eventualmente com amortecimento, no caso de pessoas obesas. Pessoas mais altas precisam de um quadro maior, proporções maiores. A mesma coisa com pessoas mais baixas, que precisam de um quadro menor”.
2 – Saiba ajustar a sua bicicleta
“Geralmente, no pneu, as informações de calibragem estão próximas a uma sigla, ‘PSI’. É uma faixa de números ao lado dessa inscrição, que, em português, significa libra por polegada quadrada. Em um exemplo, a inscrição ’30-50 psi’ em um pneu indica o intervalo em que este deve ser calibrado, ao invés de querer adotar um padrão universal, que não se aplica e pode fazer com que as pessoas circulem com as rodas murchas. Também é muito importante a pessoa ajustar o selim [o assento] para a altura correta, pensando na altura das pernas e não do corpo. Duas pessoas com a mesma altura podem ter tamanhos de perna diferentes. Com isso, você precisa medir a altura do cavalo e subtrair dez centímetros, para saber qual é a distância que o selim precisa estar do estamento central da bicicleta”.
3 – Programe bem suas rotas
“O principal ponto, no que diz respeito a rotas, é trafegar onde se sentir mais seguro e confortável. É uma boa dica aproveitar um domingo de manhã, por exemplo, para experimentar essa rota, ver em que parte tem problemas, se é confortável. Aí é possível ir estudando, caso tenha muitas subidas, alternativas dentro da própria rota ou em outras que não tenham. O ciclista na cidade é um pouco conquistador, porque ele vai percorrendo as quadras, os bairros e vai se apropriando, conquistando e demarcando território”
4 – Seja um caçador de sombras e se mantenha hidratado
“De fato, transpirar é um problema para muitas pessoas, que precisam se conhecer e saber como os corpos delas funcionam. No padrão, caçar sombras em todas as paradas, evitando exposição ao sol, e ter sempre a garrafa de água à mão são dicas importantes. No padrão, entre todos os tipos de corpos, essa atitude ajuda no geral a pessoa a evitar problemas como transpiração. Apesar de que, conforme a pessoa ganha condicionamento físico, também, menos ela vai precisar dispor de força e menos ela vai transpirar”.
5 – Frequente bicicletarias e grupos ligados ao ciclismo
“Uma coisa que todas as pessoas podem e deveriam fazer, em primeiro lugar, é procurar bicicletarias. Nesses locais, os funcionários geralmente também são usuários e têm relações, tanto com os grupos focados em passeio quanto com os cicloativistas mesmo. Eu comecei a me inteirar mais do assunto em bicicletaria, passei a frequentar e lá que me avisaram que tinha um grupo de pedal, que também servia para iniciantes. Frequentei por um tempo como um ponto de apoio. As bicicletarias mudaram muito, deixaram de ser só locais de compra, venda e reforma e se tornaram verdadeiros locais de informação”
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Fonte: http://veja.abril.com.br/brasil/cinco-dicas-para-andar-de-bicicleta-nas-grandes-cidades/
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