___Foram seis edições que contaram com a "black jersey", de 1946 a 1951. Diante das mudanças radicais pelas quais a Itália passava depois da Segunda Guerra Mundial, o ciclismo se tornou a metáfora que representava um dos lemas da nação: se você estivesse disposto a trabalhar arduamente, o sucesso de qualquer natureza colocaria comida em sua mesa, tanto para vencedores, quanto para os melhores perdedores.
___Os atletas perdiam tempo deliberadamente e propositalmente com o objetivo de completar o Giro no maior tempo possível , o oposto dos que estavam lá na frente queriam. Moradores locais ofereciam ao último colocado prêmio em dinheiro, quarto para passar a noite, além de comidas e bebidas. As disputadas eram reais e foram protagonizadas principalmente pelos italianos Sante Crollo e Luigi Malabrocca.
___Segundo relatos de jornais da época, os dois chegaram a se esconder em bares, celeiros e fazendas, além de terem sido flagrados furando os pneus de suas próprias bicicletas para somar minutos. Aldo Bini, que ganhou a camisa preta em 1948, levou a corrida até o fim, mesmo depois de quebrar a mão direita em um acidente e ser obrigado a descer de sua bicicleta e empurrá-la nos trechos de subida.
Luigi Malabrocca conquistou a camisa preta em duas edições Giro d'Itália |
___Só para efeito de comparação, em 1946, Malabrocca foi o último a cruzar a linha de chegada tendo completado as 17 etapas - um total de 3.039,5 quilômetros - em 69 horas 41 minutos e 54 segundos, enquanto o campeão da edição, Gino Bartali, demorou quatro horas a menos (65h32min20seg).
___Após seis anos, acabou a briga pela camisa preta. Os outros ciclistas protestaram, alegando que o Grand Tour estava se tornado ridicularizado e que os torcedores estavam perdendo o interesse.
Neste ano, está sendo disputada a 99ª edição do Giro d'Itália. No total, são 3.463,1 km em 21 etapas
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Fonte: http://espn.uol.com.br/noticia/599331_camisa-preta-giro-ditalia-ja-teve-briga-para-ser-ultimo-colocado
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