http://static.globalnoticias.pt/storage/DN/2015/dn2015_detalhe_topo/ng5078035.jpg. Já existe um pré-acordo com a cidade de Shizuoka para 2017. Quatro etapas japonesas terão um custo de 35 milhões de euros
. E se em 2017 a Volta a Itália comemorasse o seu centenário com partida no Japão? Não é brincadeira. É mesmo uma possibilidade que está a ser estudada, segundo o portal belga Sport Voetbal Magazine, anunciando que a perspetiva dos organizadores da prova italiana é a de abrir novas fronteiras, até porque no próximo ano o Giro já terá início na cidade de Apeldoorn, na Holanda.
. A ideia é arrojada e tem logo à partida diversos fatores adversos, até porque entre Roma e Shizuoka, cidade japonesa com a qual já existe um pré-acordo, há uma distância de 9847 quilômetros por via aérea. Além das questões relacionadas com a distância e o fuso horário, que iriam, por certo, provocar o protesto de muitos ciclistas - esta decisão implica ainda bastantes problemas de logística.
. Os primeiros estudos relacionados com o impacto do investimento desta original iniciativa apontam para um custo total de 35 milhões de euros, dos quais 15 milhões seriam suportados pela entidade organizadora da Volta a Itália, a RCS Sport, que teria a seu cargo apenas as despesas de transporte de todas as equipas participantes, bem como de todos os elementos da organização que uma prova desta dimensão implica.
. A proposta revolucionária surge para assinalar a comemoração dos cem anos do Giro, sendo o início no Japão composto por quatro etapas, uma das quais a duríssima tirada de montanha com a subida ao monte Fuji, o ponto mais alto do território japonês, com 3776 metros de altitude. Após esses quatro primeiros dias de Giro em terras niponicas, os ciclistas regressariam a Itália, onde teriam dois dias de descanso para recuperar da longa viagem e da diferença horária.
. Neste momento existe apenas um princípio de acordo entre os organizadores e as entidades japonesas, mas segundo o portal belga tudo deverá ficar definitivamente acertado antes do final deste ano. Um dos propósitos da RCS Sports com esta iniciativa é expandir a marca e explorar novos mercados a Oriente. Aliás, esta empresa já começou essa estratégia expansionista quando decidiu organizar duas provas de ciclismo nos Emirados Árabes Unidos, denominadas Dubai Tour e Abu Dhabi Tour.

Tudo começou em Atenas. O Giro de Itália é a prova de ciclismo por etapas que mais vezes tem passado fora do país de origem. A chegada de Carmine Castellano à direção da corrida, em 1993, implicou essa mudança de estratégia. Tudo começou em 1996 quando os cliclistas tiveram a primeira etapa em Atenas, numa ação para promover a candidatura da capital grega aos Jogos Olímpicos de 2004.
. A internacionalização foi retomada em 1998 com a passagem pela cidade francesa de Nice, quatro anos depois foi a vez de Groningen (Holanda), seguindo-se Seraing (Bélgica) em 2006, numa altura em que o diretor da corrida já era Angelo Zomegnan. Seguiram--se Amesterdan (Holanda) em, 2010, Herning (Dinamarca) em 2012, e em 2014 foi Belfast, a capital da Irlanda do Norte, a escolhida. Em 2016, o Giro voltará à Holanda, com a partida em Apeldoorn, mas o grande salto será então a saída do espaço europeu. E Shizuoka estará de braços abertos a receber uma das provas mais espetaculares do calendário do ciclismo internacional.
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Fonte: http://www.dn.pt/desporto/interior/volta-a-italia-do-centenario-pode-ter-inicio-no-japao-4871021.html