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Assassinos! Vocês são assassinos! Um pouco da história do tour.

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. Um dos motivos pelos quais as corridas de bicicleta chamavam tanto a atenção da população e faziam vender tantos jornais no começo do Século XX era a grandiosidade do desafio que os organizadores impunham aos ciclistas.
. O Tour de France, por exemplo, tinha uma média de 350 km por etapa, numa época em que as bicicletas funcionavam apenas com uma marcha, rodas de madeira e era proibido qualquer auxílio externo: nem mesmo alcançar uma garrafa d’água. Os pneus e câmaras sobressalentes eram levados entrelaçados no peito dos ciclistas. E as bicicletas pesavam perto de 15 kg! Poucas eram as estradas asfaltadas!

Sim, é melhor você respirar um pouco agora.
. Falar em 350 km hoje já soa brutal. Mas naquela época, esta era a maior distância que a maioria dos europeus conseguia cobrir num só dia pelos meios de transporte disponíveis. Era como se um ciclista passasse hoje na frente de sua casa e dissesse que pedalaria algo em torno de 1.000 km para treinar. Você chamaria o psiquiatra ou… ficaria fascinado pela coragem e determinação daquele estranho ser com pernas desproporcionalmente fortes em relação ao resto do corpo.
. Mas os organizadores das competições nunca estavam satisfeitos. Era preciso criar desafios maiores, trazer mais emoção ao esporte; e, claro, vender mais jornais com a tradicional cobertura exclusiva de cada etapa.

Neste cenário surge um mito.
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. Henri Desgrange foi um grande ciclista. Seus feitos esportivos são ainda hoje invejáveis. Nascido em 1865, em Paris, durante sua carreira Henri quebrou nada menos que 12 recordes mundiais na pista e fixou o recorde da hora com 35,325 km, em maio de 1893. Mas seu maior feito é muito mais colossal: Desgrange foi o criador e primeiro diretor do Tour de France, simplesmente a maior competição de ciclismo do mundo e ainda hoje considerado um dos maiores e mais exigentes desafios esportivos.
. A primeira edição, em 1903, era nada menos que insana: 2.428 km em apenas seis etapas. Isso mesmo, uma média de 404 km por etapa. Para conseguir dar conta, os ciclistas largavam à noite com a esperança de concluírem o percurso no final da tarde do dia seguinte, com um dia de intervalo entre cada etapa. Os prêmios eram altos, o equivalente a seis anos de salário mínimo da época, o que atraía bom número de atletas apesar das exigências físicas descomunais.
. Mas ainda assim, aos olhos dos organizadores, isso parecia moleza. Henri Desgrange, insatisfeito, em 1906 reuniu sua equipe e decidiu ampliar a competição para levá-la até os Pirineus, a cadeia de montanhas do sudoeste da França. Por quatro anos a Volta francesa passou por diversas estradas ainda não asfaltadas na região.
. Em 1910 até mesmo o superlativo foi revisto. E nunca mais o esporte foi o mesmo.
http://www.revistabicicleta.com.br/admin/fotosckfinder/images/materias-semana/02(11).jpg
. Desgrange e seus “comparsas” - o leitor entenderá o substantivo - incluíram na décima etapa, pela primeira vez, a escalada mítica do Col du Tourmalet, ou Passo do Tourmalet, uma passagem entre os Pirineus, da França para a Espanha, com seu ponto máximo a 2.115 m de altitude. E neste instante criaram o que ainda hoje é lembrado como o mais brutal teste de resistência dos mais de 100 anos de história do Tour de France.
. A etapa tinha 326 km de distância, no calor de julho e continha, além do Tourmalet, outras seis escaladas gigantescas. O primeiro a concluir a etapa foi o francês Octave Lapize, com 14 h 10 min. Os últimos concluíram a prova em 18h, já noite adentro. A estrada que leva ao Passo do Tourmalet hoje é linda, com o asfalto impecável que é raro no Brasil. Mas naquele tempo não passava de uma rota vicinal, coberta de lama em dias de chuva, ou neve em boa parte do ano, e utilizada por criadores de ovelhas cujo balido só se interrompia pelo trânsito de mercadorias contrabandeadas de um país para outro.
. Tamanha falta de comiseração para com os atletas não passou em branco. Octave Lapize, que vinha disputando posição com François Lafourcade e Gustave Garrigou, empurrava sua bicicleta anestesiado pelo esforço sobre-humano no meio de uns poucos curiosos quando avistou um veículo da organização e disparou: “Vocês são assassinos! Sim, assassinos!”. E prometeu abandonar a prova no final da descida. Mas não… Grandes ciclistas são realmente seres diferenciados e com Lapize não foi diferente. Talvez animado pela vista da descida, talvez pelo prêmio oferecido ao campeão, encontrou forças extras para seguir mais uma centena de quilômetros e ainda vencer a etapa.
. Mas nem mesmo a vitória amainou o rancor por ter sido submetido a condições tão extremas. Ao cruzar a linha de chegada, Octave Lapize repetiu, diante de jornalistas: “Desgrange é um verdadeiro assassino!”.
http://www.revistabicicleta.com.br/admin/fotosckfinder/images/materias-semana/Picmidibigorre-3.jpg
Homenagem a Octave Lapize, um dos
grandes campeões do Tour de France.
. O Jornal L’Auto, que cobria o Tour de France, vendeu milhares de exemplares. Anunciantes, jornalistas, leitores, todos, exceto os desfalecidos ciclistas, adoraram a novidade, e o assustador Tourmalet desde então é parte obrigatória da competição. A frase se tornou ícone do ciclismo. O esporte buscava se consolidar e conseguiu. Não houve assassinato: nascia ali a mística do esporte, com seus heróis, seus guerreiros; com seus grandes ciclistas.
. Cem anos depois, em 2010, a comemoração foi em grande estilo. O Col du Tourmalet foi palco de duas etapas consecutivas. A 16ª e a 17ª etapas passaram pela montanha, o que certamente levaria Octave Lapize a agarrar Desgrange pelo pescoço. Para seu consolo, em sua homenagem uma estátua foi instalada no topo, com toda a extensão do descomunal esforço estampada na face. Lapize, morto na Primeira Guerra Mundial, não descansa em paz. Continua pedalando em seu santuário nos Pirineus e mais de cem anos depois de seu feito histórico permanece aplaudido no topo do Tourmalet.
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Fonte: http://www.revistabicicleta.com.br/bicicleta.php?assassinos_voces_sao_assassinos&id=4623028

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