. A agência Pediverde Cicloturismo começou exatamente desta forma. Em seu trajeto diário, Gustavo Angimahtz utilizava dois ônibus e gastava 1 h 40 min. Quando começou a utilizar a bicicleta, logo tomou gosto pelo pedal. O próximo passo foi realizar pequenas viagens. “Para essas viagens”, conta Gustavo, “criei um blog chamado Pedivelha, no qual eu convidava democraticamente quem quisesse a participar comigo, apenas divulgando o destino, o ponto de encontro, o horário e a quilometragem”.
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Foto: Equipe Pediverde |
. Mesmo com a agência criada, o pessoal manteve pedais gratuitos para não perder a essência daquilo que estavam dispostos a oferecer. Segundo Gustavo, “viajar de bicicleta é uma atividade que ultrapassa o limiar da prática de uma atividade esportiva. Traz conhecimento, saúde, relaxa, e ainda possibilita conhecer pessoas e lugares fantásticos com a liberdade de poder parar para curtir uma cachoeira, fazer uma trilha ou mesmo misturar outros esportes radicais.
. Em busca de fomentar a prática do cicloturismo, a agência Pediverde desenvolve um trabalho de voluntariado diferenciado com uma equipe de 14 guias voluntários e promove, todos os meses, uma cicloviagem gratuita para que o participante desfrute das maravilhas do cicloturismo”. Os 14 voluntários são pessoas que frequentaram os passeios ou se interessaram pelo conceito da empresa. “Somos todos muito unidos e procuramos sempre nos encontrar para planejar, reconhecer novas rotas e até mesmo pedalar apenas entre nós”, afirma Gustavo.

. As viagens gratuitas têm percursos que variam de 25 km a 100 km, em roteiros que contemplam desde pontos históricos a trilhas e cachoeiras, algumas com atividades extras, como rapel. “Limitamos para 30 vagas por passeio para trabalharmos com o mesmo número de pessoas das viagens pagas”, diz Fábio Lacerda, “e a Pediverde custeia o seguro de vida de todos os participantes e a alimentação dos guias voluntários”.
. A Pediverde já realizou cerca de cem viagens gratuitas desde 14 de março de 2011, data oficial de sua fundação, e já levou mais de três mil ciclistas para viagens pelo Brasil, “mostrando o que há para conhecer nas topografias brasileiras e, acima disso, mostrando que a solidariedade e o trabalho em equipe superam qualquer obstáculo”, diz Gustavo.

.O público que procura pelas viagens gratuitas é formada majoritariamente por iniciantes em cicloturismo, com forte presença feminina e de casais. Crianças de 10 anos e adultos de 73 anos já pedalaram junto com a Pediverde. Pessoas do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Norte já participaram, mas a maioria é de São Paulo e interior. Segundo Gustavo, “são pessoas que procuram um grupo amigo e receptivo para se desligarem da vida do dia a dia, ver bonitas paisagens e fazer um turismo misturado com um pouquinho de exercício físico para manter a forma, mas sempre parando para tirar fotos, comer e apreciar a vista, por isso, contemplativo”.
“Eu nunca havia pedalado em grupo, e amei. Foi muito divertido, tranquilo e revigorante. Ao longo do passeio vamos superando nossos próprios desafios”, conta Jéssica Barbosa dos Santos, uma das clientes que experimentou pela primeira vez o cicloturismo com a Pediverde, em uma viagem gratuita para a Serra da Cantareira.
“Resolvi me aventurar com a Pediverde no passeio Mogi-Bertioga. Eu, sem experiência nenhuma em viagens, encarei o desafio. Logo no começo, pensei em desistir, mas a equipe de apoio me segurou e incentivou a prosseguir. Passamos por paisagens lindas, mesmo com o tempo fechado e chuvoso, o passeio foi incrível. Agradeço a todos que ficaram comigo, seguindo o lema ‘sai junto, chega junto’, aos que me puxaram, literalmente, nas subidas e aos que me controlaram nas descidas. Essa foi a experiência mais incrível da minha vida, onde superei meus limites e cultivei amizades”, conta Valéria Rosa dos Santos, que também estreou no cicloturismo com a Pediverde.

. O time de guias voluntários é reaproveitado nas viagens pagas, sendo remunerados como monitores em destinos pelo Brasil, como Bonito, Prudentópolis, Cavernas do Petar e outros. “É uma forma de retribuir o trabalho que eles realizam e o comprometimento que eles mantêm ao longo deste tempo”, completa Gustavo.
. A Pediverde conta hoje com um portifólio de serviços vasto. Além da viagem mensal gratuita, há também uma viagem paga para diversos destinos, serviços para eventos particulares e corporativos, participação em eventos e palestras e uma parceria de descontos com a loja MacBikes.

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. As viagens gratuitas da Pediverde acontecem todos os meses e o calendário pode ser acessado no link www.pediverde.com.br/cicloviagens-gratis. O procedimento funciona assim: 15 dias antes da viagem, meia-noite, são abertas as inscrições, com 30 vagas. As inscrições ficam abertas por 72 horas, tempo que todos os interessados têm para preencher a ficha de inscrição virtual. As primeiras 15 vagas são destinadas aos primeiros que se inscreverem, e as quinze restantes são sorteadas entre todos os que se inscreveram ao longo das 72 horas do período de inscrição. Os participantes recebem a confirmação por e-mail e têm até quatro dias antes do evento para cancelar sua inscrição, que então será passada ao próximo da lista de espera. Isso é mais uma forma que encontramos de semear a civilidade, pois as pessoas passam a se preocupar em dar uma vaga ao próximo caso não possam ir no pedal. Caso o participante não avise, ele recebe um ponto negativo no sistema, e com dois pontos fica com a inscrição bloqueada por seis meses.
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Fonte: http://www.revistabicicleta.com.br/bicicleta.php?voluntarios_realizam_viagens__gratuitas_de_bicicleta&id=4622