# A goiana, bronze no Pan-Americano de Mar del Plata, faz planos para
figurar entre as cinco melhores do mundo e quer disputar as Olimpíadas
do Rio-2016...
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--_Clemilda Fernandes guarda na memória o dia de cada medalha que
conquistou para o Brasil no ciclismo. Esses grandes momentos, no
entanto, convivem com uma data que até hoje a assombra. Em 14 de março,
um caminhão a atropelou durante treino em uma rodovia de Goiânia e quase
a deixou paraplégica. Após um período de sofrimento tanto físico quanto
emocional, ela conseguiu dar a volta por cima. Atualmente, já se
arrisca em competições internacionais.
--_Menos de dois meses após o
atropelamento, a melhor brasileira no ranking internacional participou
do Pan-Americano de Ciclismo Estrada e Contra-Relógio Individual, no
início de maio, em Zacatecas, no México. O resultado foi ruim (16ª
colocação no contra-relógio), se comparado ao rendimento no ano
anterior, quando faturou o bronze em Mar del Plata, na Argentina. “Vou
me dedicar cada vez mais e conseguir meus títulos de volta”, promete.
--_Sem
nenhum vestígio de desânimo e com a enorme certeza de que retornará à
elite nas competições, Clemilda continua se arriscando nas estradas
brasileiras e recusa propostas de treinar no exterior. Ela pede mudanças
na legislação para garantir mais segurança ao ciclista. “Sei que o
Brasil tem potencial no ciclismo e quero estar presente nesse processo
de evolução da modalidade.” Como meta, a atleta, que antes do acidente
figurou entre as 10 melhores do mundo, pretende participar da terceira
Olimpíada da carreira, desta vez em território nacional.
O retorno no Pan-Americano
“Eu
voltei com uma expectativa grande, embarquei esperando ser medalhista,
mas tive dificuldade com a altitude de 2.800m por causa do meu pulmão,
que foi perfurado no acidente. Quero retomar o ritmo e subir novamente
no ranking internacional. Minha meta é ficar entre as cinco melhores
ciclistas do mundo. Estou me recuperando do acidente e vou conseguir.”
O atropelamento
“Uma
equipe de jornalismo foi fazer uma entrevista na minha casa, porque eu
tinha chegado com sete vitórias de uma competição internacional. Nós
encerraríamos a gravação no autódromo. Para chegar lá, segui pela BR-153
e entrei na GO-020. Faltando só 3,5km para chegar ao local, fui
atingida na curva por um caminhão, que me jogou a 30 metros de
distância. Tive duas vértebras trincadas e o pulmão perfurado, além de
machucar o joelho.”
A responsabilidade
“Foi
do motorista. Eu estava no acostamento, único local que nós, ciclistas,
temos para treinar. Ele me atropelou e fugiu. Não sei quem foi, não
prestou assistência. Me deixou lá no chão, sem conseguir levantar, com o
braço em carne viva. As pessoas não têm cuidado com quem está
pedalando. Ficamos muito vulneráveis na estrada, e os outros esquecem
que há uma vida em cima da bicicleta. Esquecem que tenho uma família
esperando por mim em casa. É preciso mais respeito ao ciclista.”
Desrespeito ao ciclista
“Falta
respeito. Tem muita gente sendo atropelada pelas estradas do país.
Muitos ciclistas morrendo. Como um pai vai incentivar o filho a pedalar,
sem saber se ele vai voltar para casa depois de um treino? Eu mesma
continuo arriscando minha vida. E está cada dia pior. As pistas não têm
duplicação, acostamento.”
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Fonte: SUPERESPORTES
Link Origem: http://www.superesportes.com.br/app/19,66/2013/06/03/noticia_maisesportes,45429/atropelada-por-caminhao-clemilda-se-recupera-e-quer-ficar-entre-melhores-do-mundo.shtml
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