* Analisar dados e respeitar o descanso são pontos fundamentais
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--_Todo ciclista já sentiu na pele a perda de condicionamento físico quando volta a pedalar ou quando está treinando menos do que o habitual. O desempenho pode ser avaliado por meio de um teste fisiológico, no pedal com os amigos ou num contra relógio em subida, plano e terreno variado. Medir e comparar a velocidade ou potência em dias diferentes é uma maneira de verificar se houve perdas ou ganhos no rendimento. Independente de ser um atleta profissional ou amador é preciso avaliar para saber se os objetivos estão sendo atingidos. Fisiologistas do exercício buscam medir dentro e fora do laboratório as variáveis que reflitam a capacidade de uma pessoa destacar-se em eventos esportivos.
--_Alguns testes proporcionam dados que podem ser utilizados por treinadores e atletas para monitorar e desenvolver o treinamento de forma individualizada. Treinar na frequência cardíaca e potência corretas é a chave do sucesso no ciclismo. Cada uma das intensidades tem uma função que levará a transformações importantes no organismo, tal como aumento na irrigação da musculatura, elevação da produção de energia (ou potência), melhora no transporte e utilização do oxigênio, melhora da contração muscular e da própria performance.
"Treinar na frequência cardíaca e potência corretas é a chave do sucesso no ciclismo"
Recuperação correta para evitar Overtrainning
--_O tempo de recuperação de um pedal forte ou de uma sequencia de treino também pode variar entre as pessoas e treinar forte quando está muito cansado pode ser negativo. A avaliação do rendimento permite também monitorar o excesso de treino e encontrar os períodos ideais de recuperação entre as fases do treinamento, sem que haja acúmulo de fadiga. O overtrainning é uma condição extrema de cansaço e a queda de performance por períodos prolongados (dias) é uma maneira efetiva de verificar se está treinando demais. Testes psicológicos também podem auxiliar na detecção do excesso de treino. As alterações de humor e perda de motivação podem ser vistos como sinais de cansaço excessivo causado pelo treinamento ou falta de recuperação.
--_Existem testes padronizados para serem feitos em campo ou numa clínica. Os testes em campo são mais baratos, viáveis e o próprio ciclista e treinador pode fazer no local de treino. O ponto negativo desse tipo de avaliação são os efeitos do clima, principalmente o calor, vento e umidade relativa do ar que podem influenciar os resultados. No laboratório essas condições são mais controladas e os dados como a potência aeróbia máxima, resistência e capacidade aeróbia são medidos e utilizados para o treinamento. Nos testes em campo é preciso escolher a duração certa do esforço para avaliar a demanda física da prova ou do pedal que deseja fazer com os amigos. Cada teste tem um objetivo principal


Encontrando o VO2max e Frequência Cardiaca Máxima
--_Quando é para encontrar a frequência cardíaca máxima e a potência aeróbia máxima (ou potência no VO2max), o contra relógio de 5min em subida é uma boa opção.Os valores  encontrados nesse teste podem ser utilizados para criar as zonas de potência e as frequências cardíacas de treinamento. O teste de contra relógio de 60min permite estimar a mais alta potência em que a produção de lactato atinge seu maior valor sem se acumular no sangue. O nome para esse dado fisiológico é máxima fase estável do lactato sanguíneo.


Esta ilustração abaixo sobre o processo de como saber o nosso VO2max...

--_O lactato é um marcador de intensidade e quando em excesso na corrente sanguínea o exercício se torna cada vez mais severo e a exaustão pode acontecer rapidamente. Ciclistas que demonstram alta potência na máxima fase estável terão mais rendimento em provas de 30min a 2h e meia. Vale ressaltar que a escolha do tempo do teste deve ser próximo à duração da prova, é obvio que fazer um esforço máximo de 1min não será efetivo para avaliar o desempenho em provas mais longas, acima de 30min.

Avaliar na hora certa e não em excesso
--_Alguns momentos são cruciais para avaliar o rendimento, no inicio da temporada, logo após o período de base e também no específico. Cada fase vai promover adaptações diferentes. Por exemplo, no fim da base é importante verificar se a queima máxima de gorduras (ou limiar de lactato) e o VO2max foram desenvolvidos. Por outro lado, avaliar muitas vezes ao ano e de forma excessiva para verificar os efeitos do treinamento não é aconselhável, pois pode atrapalhar a periodização e não permite que haja recuperação entre os ciclos de treino. --_Preste atenção no rendimento no dia a dia e terá uma boa ideia se está treinando certo ou em excesso. Quando perceber que está pedalando melhor, uma boa dose de satisfação e confiança acaba acontecendo. Esse fortalecimento psicológico motiva a seguir em frente e continuar treinando. Identifique o excesso de treino, pois pode provocar desânimo, aumento de infecções respiratórias, queda de desempenho e alguns casos abandono do esporte. Fique atento e bons treinos.
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AUTOR:

Cadu Polazzo

Mestre em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo. É treinador dos principais atletas do ranking nacional.
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Fonte: PEDAL.COM.BR
Link Origem: http://www.pedal.com.br/avaliacao-fisica-e-o-sucesso-no-ciclismo_texto6583.html