--_Andar de bicicleta pode ser considerado uma brincadeira de criança para alguns; para outros não é nada além de um passatempo, um hobby. Há também os super saudáveis, que se utilizam da "bike" para perder aqueles quilinhos a mais ou fortalecer as pernas. Mas você já conheceu alguém que utiliza a bicicleta para se locomover para o trabalho? A jornalista Patrícia Cordeiro é uma das adeptas da prática de uma moda que está começando a se tornar cada vez mais utilizada por profissionais natalenses. A jovem, de 27 anos, pedala todos os dias de sua casa para o trabalho e se sente mais preparada para a jornada após a prática.
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>> "A minha saúde só melhorou depois que comecei a praticar ciclismo. Eu ainda sofro com o vício do cigarro, mas no dia que eu pedalo e acabo esquecendo o cigarro por um bom tempo. É como se o estresse não fizesse mais parte da minha vida", conta Patrícia. Segundo a jornalista, antes de começar a pedalar, em pouco tempo de trabalho o sono imperava e a produtividade corria o risco de ser comprometida. "E com as preocupações, eu chegava a fumar seis cigarros por dia", acrescenta.
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--_De casa para o trabalho, Patrícia Cordeiro percorre cerca de cinco quilômetros de bicicleta e quando chega na agência de publicidade onde trabalha, tem tempo suficiente para se arrumar no banheiro da empresa. "Eu chego uns 15 minutos mais cedo no trabalho. Dá tempo suficiente para me banhar, retirar o suor do corpo e vestir a roupa de trabalhar. Isso tudo vem dentro da minha mochila, com todos os meus pertences pessoais", explica.
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--_Patrícia conta o seu primeiro dia de bicicleta, no início de 2011, quando chegou à agência com toda a indumentária de ciclista: capacete, luvas, calça legging e a bicicleta. "Ninguém acreditava que eu seria capaz de fazer isso. Mas eu disse que ia praticar ciclismo e que iria mudar radicalmente meus hábitos. E eu sou uma mulher de palavra: cumpri", brinca. Segundo ela, na agência todos riam. "Uns diziam que eu não ia demorar uma semana. Outros acharam que eu tinha tirado aquele dia para pregar uma peça neles", continua.
--_Uma semana nada. Um ano depois, Patrícia pode compartilhar experiências que colheu durante o seu primeiro ano como ciclista. Através da criação do blog Nova Ciclista, a jornalista conseguiu apenas nas cinco primeiras publicações mais de mil acessos no canal e viu o nível de interesse que a população potiguar possui nesse esporte que é também uma alternativa para o trânsito futuro de Natal. "O próprio nome, Nova Ciclista, já identifica o público que quer conhecer melhor essa modalidade", frisa.
--_No blog, Patrícia publica suas impressões, preocupações, experiências e matérias sobre o ciclismo nacional e local. "Tudo o que tiver o nome bicicleta no meio, eu estou postando. Acho que ter um local onde informações sobre ciclismo estejam reunidas. É um desafio necessário. E o mais interessante é ler os comentários das publicações. Acaba virando um fórum de compartilhamentos. É muito interessante e eu aprendo mais ainda", disse.
--_O dia a dia no trânsito em cima deuma bicicleta dá condições para que a jornalista possa traçar um breve perfil dos motoristas natalenses. Segundo Patrícia, em algumas vezes ela sente que os ônibus ficam a pouco mais de meio metro do guidom de sua "bike", quando o correto seria 1,5 metros. "Dá medo. Quando eu vejo que vem um ônibus se aproximando por trás eu prefiro parar e esperar que ele passe. Não dá para arriscar andar por essas ruas sem ciclovias e competir com os veículos", realça. Segundo ela, os motoristas que menos respeitam são os de transportes públicos e táxis.
--_A quantidade de programação de ciclismo em Natal foi outro atrativo que chamou a atenção de Patrícia para praticar o esporte. Aliada ao grupo Bicicletada RN, a jornalista pedala todos os sábados com um grupo de quase 50 pessoas pela Rota do Sol e Via Costeira. Para ela, chamar de ciclovia aquele trecho estreito construído na Via Costeira é uma ofensa. "Falta muito para Natal ser bem servida de ciclovias. Enquanto nada é feito, os ciclistas precisam aprender a conviver em paz com o trânsito e se arriscar, senão não pratica mais o esporte", lamenta a nova ciclista. No blog, as maiores reclamações feitas para Natal são em relação à falta de infraestrutura de mobilidade urbana para bicicletas e de incentivos à prática do ciclismo como meio de transporte.
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Fonte: DIÁRIO DE NATAL
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