--_Quem olha para a classificação geral da 73.ª Volta a Portugal de Ciclismo de baixo para cima encontra Otavio Bulgarelli, um dos homens mais satisfeitos deste pelotão, pelo simples fato de entender e ser entendido.
--_Último classificado, a 1:33.11 horas de Sérgio Ribeiro (Barbot-Efapel), o líder da geral individual, o brasileiro mais italiano da Volta está a aproveitar o fato de, pela primeira vez desde que está no pelotão europeu, poden se comunicar.
--_"Estou gostando bastante, e é a primeira vez que posso falar português desde que saí do Brasil e está sendo um prazer falar, ser entendido e perceber tudo o que acontece", confessou à Lusa.
--_O 'lanterna vermelha', que está pela primeira vez na Volta a Portugal, chegou à Europa, mais precisamente à Itália, há dois anos e não podia estar mais contente: "No ano passado corria na região da Toscana, na Carrara, numa equipe diletante. É o meu primeiro ano como profissional, estou a gostar muito da equipe".
--_Bulgarelli tem noção da aventura em que se meteu e da grande oportunidade que tem em mãos. "É uma grande chance, porque chegar na Europa, para um brasileiro, principalmente no ciclismo, não é fácil".
--_Nascido em São Gonçalo do Sapucaí, em 1985, o jovem ciclista fez o caminho inverso ao dos seus familiares, que lhe deram um apelido italiano, o que motiva confusão quanto à sua nacionalidade.
"O meu avô, que é da região central da Itália, de Orvieto, emigrou para o Brasil no período das plantações de café. Nessa altura foram muitos italianos para lá e ele acabou por ficar, trabalhou por lá, por isso é que o meu sobrenome tem origem italiana", esclareceu.
--_O corredor da Farnese Vini, que leva metade da sua vida ligada à modalidade – "Comecei com 13 anos e agora estou com 26. É metade da minha vida" --, tem sonhos, como qualquer outro ciclista, mas tem noção das suas limitações, provocadas por uma evolução num país onde o ciclismo ainda está a dar as primeiras pedaladas.
--_"O meu sonho é talvez ganhar uma grande clássica europeia, fazer um belo resultado num Mundial, ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos. Seria um grande sonho realizado". E a Volta a França? "O Tour acredito que seria ainda mais difícil de atingir, mas não deixa de ser um sonho. Com certeza que é o mais distante".
--_Com os pés bem assentes na terra, o brasileiro, que está a sofrer com o calor e com o ritmo de competição em terras portuguesas, não se incomoda com o estatuto de lanterna vermelha. Presente na prova portuguesa para ser a sombra de Andrea Guardini, o vencedor da quinta etapa desta edição, Bulgarelli tem desempenhado exemplarmente a sua missão.
--_"Estou sempre ao lado do Guardini nas etapas, porque ele é um velocista nato. Todo o momento em que ele tem alguma dificuldade em certas subidas, estou junto dele. Indo dois é mais fácil chegar até ao final", contou à Lusa.
--_ E, para já, o seu trabalho está mais do que cumprido. Otavio Bulgarelli é último sim, mas com a vitória do seu líder na quinta etapa tem a Volta a Portugal ganha.
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Otavio Bulgarelli, não só nós mazobikers como todos os ciclistas do brasil, ficamos super orgulhosos em saber que o sangue e as cores verde e amarela estão correndo pelas estradas da europa, poucos são os brasileiros que representam o brasil no pedal ao redor do mundo, estamos engatinhando se comparado a outros países, mas é só o começo. Temos muitos atletas de grande potêncial que irão aparecer. Desejamos sucesso nessa caminhada.
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Fonte: O Jogo
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