O estopim: protestos, segurança e imagem de marca
Durante a Vuelta a Espanha (início de setembro de 2025), a equipe foi alvo de manifestações que relacionavam diretamente o nome do time às tensões políticas no Oriente Médio. Por motivos de segurança, o time chegou a competir em algumas etapas com uniformes sem a palavra “Israel”, usando apenas símbolos gráficos. O episódio expôs de forma clara a fragilidade entre identidade esportiva e exposição política.O que dizem os patrocinadores
Factor — O fundador Rob Gitelis foi categórico: “Sem mudança de nome e sem mudança de bandeira, não iremos continuar”. A empresa afirmou que não tem contrato assinado além de 2025 e pressiona por uma decisão rápida.Premier Tech — Principal patrocinadora de título, também declarou que manter o nome atual é “insustentável” para seus objetivos de imagem e mercado, reforçando o pedido por uma reformulação completa.
Impactos já sentidos
A crise começa a gerar consequências práticas: organizadores de provas aumentaram exigências de segurança e, em ao menos uma corrida (O Gran Camiño), já se cogitou não convidar a equipe se o problema persistir. Além disso, a definição do registro oficial da equipe para 2026 junto à UCI tem prazo limitado, aumentando a pressão por uma solução.Cenários possíveis
Rebranding e mudança de registro (mais provável) — A equipe adota novo nome, sem referência a “Israel”, e muda seu registro administrativo, preservando patrocinadores e continuidade.Saída de patrocinadores e risco financeiro — Se não houver acordo, Factor e Premier Tech podem se retirar, deixando um vazio orçamentário difícil de suprir, o que colocaria o time em risco de redução ou até extinção.
Manutenção do nome atual e isolamento — Seguir como está poderia resultar em novos protestos, restrições de convites e maior desgaste da imagem. Pouco provável, segundo especialistas e veículos que acompanham a situação.
O dilema: símbolo x sobrevivência
O proprietário do projeto, Sylvan Adams, sempre destacou o orgulho de manter a identidade ligada a Israel. Porém, os patrocinadores e parceiros comerciais enxergam a associação política como risco reputacional. A disputa entre manter o simbolismo nacional e garantir a sobrevivência financeira está no centro da crise.E o que vem pela frente?
Nos bastidores, circulam rumores de que já existem conversas avançadas para a criação de uma nova identidade a partir de 2026 — nomes como Factor-Premier Tech têm sido ventilados. No entanto, nada foi oficializado até agora. O prazo da UCI para o registro das equipes e a definição de contratos para a próxima temporada tornam as próximas semanas decisivas.Embora não haja indícios de que o fim imediato da equipe seja inevitável, está claro que o projeto só terá continuidade se aceitar profundas mudanças em sua identidade. A solução mais provável é um rebranding completo, garantindo apoio financeiro e presença no pelotão WorldTour. Mas, se os patrocinadores realmente se retirarem sem substitutos, a Israel-Premier Tech pode deixar de existir como a conhecemos.
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Fontes: CyclingNews, ESPN, Velo, CyclingWeekly
